terça-feira, 20 de abril de 2010

Meu nome não é Sara!!!

Voltando ao endereço anterior do meu trampo, sempre no meu horário de almoço eu gostava de ficar fazendo hora , sentadinha e ouvindo música no andar de baixo da galeria. E com o passar do tempo, frequentando o mesmo lugar , qualquer meliante com um pequeno vestígio sociável, conhecerá algumas pessoas daquele lugar. E comigo não foi diferente. Conheci trocentas pessoas ali das lojinhas. Tinha uma senhorinha cabeleireira , branquela, com os olhos verdes e um cabelo ruivo NATURAL, e todo mundo achava que ela era minha mãe. E claro que eu não sou ruiva natural e muito menos ostento um par de olhos verdes. Deve ser por que ela era gorda , ruiva e branquela. E o salão era daqueles tradicionais, que estavam ali por uns 139 anos. Imagina vocês a clientela de lá.: Velhinhas e mais velhinhas super , hiper, mega pomposas. Eu achava um mimo. Elas entravam com um cabelinho bem lambido e cheio de falhas e saiam igual a Hebe. Confesso que tenho uma simpatia danada por velhinhas . Adoro as roupas, os sapatinhos, as vastas e enormes bijuterias. E se tiverem um cabelo roxo então, me ganham fácil extremamente fácil, pra você , e eu e todo mundo cantar junto

E grudadinho com o Gugu salão, havia uma lojinha de roupas . Era uma loja bem pequena, mas em compensação os precinhos eram nada camaradas. E eram umas roupinhas bem bregas por sinal. Nem eu, gostando de brega como gosto, teria a pachorra de usar. Um dia avistei uma blusa toda trabalhada em estampas de flores, onde você poderia adquirir por nada mais, nada menos que R$ 190,00 merréis. Se não fossem pelas estampas, eu levaria umas três. E a lojinha era cheia de firulas, tinha tipo uma campainha que conforme a pessoa entrava ou saia da loja vinha um assobiou de pedreiro "FIU FIIIIU" ou melhor , era igual o assobiou da vinheta de futebol da Rádio Globo, lembram? Era assim: " FIU FIIIIU, RÁDIO GLOOOOBO-BO-BO-BO!". Dava vontade de sair e entrar da loja só pra elevar o ego. Tô tão precisada , minhas amiga

E na lojinha, trabalhava uma moçoila, onde fiz uma certa "amizade". Mas nossa amizade foi bem estranha, pois eu nunca soube o nome dela e nunca revelei meu nome para ela e não parece aqueles filmes pornôs onde o casal quer apimentar e preservam o nome? o mais estranho de tudo, era que sempre que eu encontrava essa moçoila tão simpática e sem nome, ela me chamava de SARA (?!?!). Na primeira vez que ouvi ela me chamar de Sara, achei que estava me confundindo e continuei a conversar de boa. Mas , nos outros horários de almoço que se seguiram ela vinha : "Oi Sara, tudo bem? , " Sara, e o namorado ?" , " Sara, você viu que assaltaram o Itaú?", "Ai Sara, não vou almoçar hoje , estou de regime?' . E eu incorporei essa tal de Sara que foi uma beleuza.

Teve uma vez , que eu estava indo embora , havia fechado a agência e fui tomando meu rumo. E ouvi alguém gritar bem baixinho e distante , já que eu estava com o fone: " Saaaara...ô Saaaraaaa...!". Mas nem dei bola, afinal , meu nome não é Sara . Quando não, sinto uma batidinha nas minhas costas, viro e era a simpática sem nome:

- Ô Sara, você tá surda? Tô te gritando faz um tempão pra você me esperar.

- Poxâ, desculpa , realmente não ouvir você chamar pelo MEU NOME.

E fomos embora conversando.
Sai daquele lugar e não soube o nome da simpática sem nome. Mas , antes de saber o nome dela , gostaria mesmo era de saber de onde é que ela tirou que a porra do meu nome era SARA????
E nisso, fiquei levantando várias hipóteses e a que mais se aproximou de uma explicação plausível é a de que minha suposta mamãe cabeleireira tem uma filha chamada Sara .

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